Meus 2 aninhos e um pouco mais

Em uma noite fria de um sábado de setembro em mil novecentos e bolinhas eu comemorava meus dois aninhos na casa da minha avó. O tema da festa era diverso, tinha decoração de palhaço, Mickey e Minnie (típico do que sobrou das festas passadas) e uma garotinha loira desenhada numa cartolina, sem faltar o clássico parabéns de papel colado no fundo da parede.

O cardápio era pouco variado: pão de forma com patê de atum e muita Tubaína, provavelmente algumas coxinhas e torta de frango de liquidificador. O bolo tinha aquele "delicioso" glacê de margarina e o docinho favorito da época era bala de coco embrulhada no papel de seda, só quem nasceu naquela época vai entender. E porque eu sei tudo isso? 

Se eu falar que foi porque minha mãe me contou é mentira, pensa, eu sou a caçulinha da família e a gente adorava fazer festas de aniversário pra todo mundo, não a culpo por não lembrar dos detalhes. Um pouquinho foi fruto da minha imaginação mesmo, já que a maioria das festas eram todas iguais, não tinha o porquê a minha ser diferente, e o restante foi o que eu pude identificar em apenas duas fotografias daquele dia, sim foram apenas duas.

Pela minha roupa e das minhas primas dava pra ver que setembro foi frio naquele ano. Essas duas baixinhas sorridentes aí são minhas irmãs e a clássica franjinha delas que minha mãe insistia em cortar e a coitada aqui cresceu traumatizada por ter cabelo cacheado a infância inteira e não poder usar o cabelo igual o das irmãs.

E e agora a famosa e tão esperada foto da criança na mesa do bolo... Tchanan!!! Sim, meu tio fez o favor de fazer essa brincadeira e pedir pra eu colocar a bola no rosto ahahahaha, eu consigo até imaginar ele falando!

Eu me lembro de quando criança não gostar muito dela, pois eu morria de curiosidade de saber como eu era naquela época e anos depois  achamos a outra foto ali de cima e eu finalmente descobri que minha sobrinha era a minha cara hahaha... Quem aí conhece a sapeca da Alice vai dizer a mesma coisa, ela saiu uma bela mistura e tem um pouquinho de cada um da família ♥

Meu amor pela fotografia nasceu muito cedo, eu amava desde pequena ir folhear os álbuns na casa das minhas tias à procura de fotos da minha mãe criança ou de como era a casa da minha avó, ver como meu avô tinha cabelo :D ou de como meu pai era jovem.

Tive muitas festinhas de aniversário e me lembro de passar o ano inteirinho perguntando a minha mãe se já estava chegando o próximo hahaha, ela e minha avó eram muito criativas nos nossos bolos e sempre inventavam uma coisa nova,  meu favorito foi um de boneco neve. Eu gostava também que minha mãe nunca ligou muito pra bagunça, então a criançada se juntava no quarto e literalmente jogava a brinquedalhada toda no chão e se divertia como se não houvesse amanhã.

Agora é a vez de contar outros fatos não registrados, eu e minha irmãs adorávamos tomar banho de chuva no quintal o que deixava minha mãe doidinha ou então tomar banho de biquíni no chuveiro, isso mesmo! A gente brincava de praia, enchia a casa de toalhas no chão e guarda-chuvas imitando guarda-sol e depois corríamos pro chuveiro, vale lembrar que eu só conheci a praia aos sete anos e tem história engraçada desse dia também clica aqui pra saber o que foi. Quando íamos visitar meus primos no interior de São Paulo, voltávamos pra casa com a roupa toda suja de barro de tanto escorregar nos barrancos, as histórias mais engraçadas eram de quando eu minhas irmãs e minhas primas brincávamos na rede do meu avô e ela sempre arrebentava, a coitada da rede era toda remendada e não teve uma de nós que saiu ilesa dessa aventura ahahahah.  

Agora segue uma sequência de fotinhos dessa pessoinha maravilhosa aqui pra você não ficar só na imaginação.

Muitas coisas consegui concluir e reviver nessa viagem no tempo e, sem dúvidas a minha infância é a época da minha vida que me deixou mais saudades. Eu tive a sorte de ter uma família e isso já é algo tão valioso que chega a ser imensurável. Esses registros são partes de mim, partes da minha história, pude relembrar coisas das quais já tinha apagado da memória e rever tantas pessoas que já não estão mais aqui. Por isso eu insisto em dizer, registre sua família, registre até aquele momento que parece bobo e não esqueça esse momento num HD ou salvo na nuvem, coloque esse tesouro no papel, pois fotografia ganha peso é com o passar do tempo e lembre-se, a mudança sempre vem e quando vem, ela vem depressa!